sábado, 3 de agosto de 2013

Productores e executivos de Hollywood censuraram filmes eliminaram empregados judeus dos créditos e cancelaram filmes de que os Nazis não gostavam, de modo a agradar a Hitler. Isto, de acordo com o livro de Ben Urwand, The Collaboration: Hollywood's Pact with Hitler.


A Alemanha havia sido desde antes da 1.ª Guerra Mundial em importante país para exportação de filmes, sendo o segundo maior mercado no mundo e o maior Europa. E Hollywood não queria perder esta fonte de dinheiro a custo algum. O autor do livro pesquisou nos artigos de Hollywood, tendo descoberto negociações entre Hollywood e os Nazis. Nestes documentos a palavra “collaboration”, em português colaboração, aparece repetidamente. Os executivos, com receio que os seus filmes fossem banidos na Alemanha, optaram por evitar qualquer representação negativa deste país ou do partido Nazi nos seus filmes. E Hitler era um fanático por cinema, e apercebeu-se da capacidade deste media como meio de propaganda política.


Um dos exemplos disto, é o caso do chefe do departamento alemão dos estúdios MGM, Frits Strengholt. Este chegou a divorciar-se da sua mulher, judaica, a pedido do Ministro da Propaganda. Esta acabou num campo de concentração.

O caso mais icónico é no entanto aquele em que Hollwood realmente se ajoelhou perante os Nazis. Foi o do filme vencedor de 2 Óscars All Quiet on the Western Front, em português A Oeste Nada de Novo. Este filme de 1930 era acerca de soldados alemães a sofrer durante a 1.ª Guerra Mundial. Durante a estreia na Alemanha houve protestos e o filme acabou por ser banido. A Universal fez depois uma nova edição ao filme, que acabou por ser aquela que foi mostrada na Europa.

A partir daí, diversos filmes vieram a ser cancelados, alterados e até as equipas dos filmes despedidas. A pressão vinha principalmente de Georg Gyssling, o cônsul alemão em Los Angeles, que ameaçava os estúdios com os “Artigo 15”, que previa que se um filme anti-alemão fosse distribuído em qualquer lugar do mundo, podia ser banido na Alemanha Louis B. Mayer, o director da MGM Films, disse quanto a um filme que cancelou "Nós temos interesses na Alemanha; temos um lucro estrondoso na Alemanha, e ao que me cabe, este filme nunca será feito".

E assim temos mais um exemplo em que a industria de Hollywood volta a pôr princípios morais acima de princípios financeiros. Isto porque, apesar de tudo, Hollywood, mais do que arte, é deveras uma industria.

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